7 mulheres que estão mudando o meio ambiente e a sociedade

7 mulheres que estão mudando o meio ambiente e a sociedade

A liderança feminina é fundamental para possamos alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, no Brasil, apenas 13,9% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres e apenas 7,3% dos membros de conselho são mulheres.

Para além da representatividade corporativa e da equidade de salários, é necessário também que sejam criadas oportunidades para que as mulheres liderem seus próprios projetos. E, nesse sentido, o futuro é promissor: já são mais de 9,3 milhões de empreendedoras no Brasil, número que representa 34% de todos os negócios no país.

E apesar de os negócios de impacto socioambiental ainda serem comandados  majoritariamente por homens, elas já representam 20% desse nicho

Como forma de fortalecer o trabalho feminino, destacamos sete brasileiras que estão à frente de movimentos inspiradores, comandando projetos ou trazendo conversas que geram um impacto em nossa sociedade e no meio ambiente. 

Conheça e se inspire! Juntas (e junto com elas), vamos mais longe. 

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "O meio ambiente"

Fernanda Cortez

Consumo consciente é o grande motor de Fernanda Cortez, conselheira da GreenPeace Brasil e fundadora do Menos 1 Lixoportal informativo que também é responsável pelo lançamento de um copo retrátil e reutilizável, que substitui os copos de plástico descartáveis oferecidos em lanchonetes, restaurantes e outros espaços.

Após assistir ao documentário "Trashed – Para Onde Vai o Nosso Lixo", Fernanda, nascida no Rio de Janeiro, ficou espantada com a quantidade de lixo e o caminho percorrido por esses resíduos que geramos. A partir daí, mergulhou de cabeça no universo da sustentabilidade, levando todas as informações encontradas para uma plataforma de linguagem fácil e acessível. 

Hoje, o Menos 1 Lixo está presente no Instagram e Youtube, onde compartilham conteúdos de relevância sobre o tema, além de manter um site próprio, no qual oferecem cursos e, claro, o copinho que já conquistou milhares de brasileiros.

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "A comunidade"

Regina Tchelly

Após notar o desperdício desmedido de alimentos em bom estado de uso – principalmente em feiras livres –, a cozinheira  Regina Tchelly crio uo projeto Favela Orgânica, ensinando às pessoas práticas de uma alimentação consciente. 

Aproveitamento integral de alimentos e compostagem são alguns dos temas abordados nas oficinas que começaram no Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro. Natural da Paraíba, Regina chegou à capital fluminense aos 20 anos, e por lá, notou  o desperdício de alimentos nas casas em que trabalhava como doméstica e principalmente nas feiras de rua.

Assim, passou a desenvolver e compartilhar receitas de aproveitamento máximo, trabalho que se desenvolveu para o que hoje é a Favela Orgânica. Atualmente, ela também apresenta o programa "Amor de Cozinha", no Futura, e realiza projetos e palestras ao redor do mundo, rompendo fronteiras com o seu lema de uma alimentação descomplicada e sem desperdícios – ou "até o talo", como brinca em seu jargão.

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "O meio ambiente"

Cristal Muniz

Em 2014, a designer gráfica Cristal Muniz se propôs ao desafio de reduzir seu lixo ao mínimo possível. 

Inspirada na Lauren Singer, americana que é referência no Movimento Lixo Zero e dona do portal Trash Is For Trossers, Cristal decidiu documentar sua experiência ecológica em um espaço on-line – e assim nasceu o Uma Vida Sem Lixo.

O projeto, que começou com um blog, virou um livro homônimo, publicado em 2018 pela Editora Alaúde, e também uma plataforma de conteúdo multimídia, com site, podcast, Youtube e Instagram. Por meio dessas plataformas, Cristal propõe uma visão descomplicada da sustentabilidade, compartilhando dicas e práticas que visam zerar os resíduos que chegam aos aterros.

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "A representatividade"

Dayana Molina

De origem Fulni-ô, no Pernambuco, mas já nascida no contexto urbano, Dayana Molina leva o ativismo indígena para a indústria da moda.

Stylist e designer, a carioca comanda a marca de slow fashion Nalimo e vê na moda a chance de rompermos com os padrões, mudança que considera fundamental para uma sociedade mais criativa e igualitária

"A moda pode e deve ser uma ferramenta para mudar o mundo. A partir dela, podemos abandonar essa ideia equivocada de que os indígenas não devem ocupar determinados lugares, como a indústria da moda". 

Dessa forma, para ela, os povos originários têm mesmo é que estar em todos os ambientes, de forma que também virem referência para o grande público. "É ao ocupar esses diferentes lugares que podemos falar da nossa vivência, da nossa cultura e tradições, expandindo nossa voz", conta.

"Embora nós sejamos os povos originalmente brasileiros, não somos uma referência na moda brasileira", conta, explicando o motivo pelo qual criou a hashtag #DescolinizeAModa no Instagram. "A moda que faz sentido é aquela que descobre e enaltece novos talentos, trazendo novas alternativas". 

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "A sociedade"

Juliana García

Em 2018, ainda na Faculdade de Direito, a advogada Juliana García conheceu de perto a realidade do cárcere no Brasil, e ficou surpresa, sobretudo, com o tratamento dado às mulheres encarceradas. Como resposta, lançou o Nós Mulheres, um projeto de arrecadamento de produtos de higiene básica para mulheres presas.

"A situação no presídio é precária", revela Juliana. Sem acesso aos absorventes tradicionais, por exemplo,  muitas acabam apelando para alternativas danosas à saúde, como pedaços de jornal, tecidos ou até mesmo miolo de pão. "O intuito do projeto é levar dignidade para essas mulheres, ainda que de forma singela", explica.

Em 2014, a ONU reconheceu o acesso à higiene menstrual como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. A realidade, no entanto, é que ciclos menstruais seguros permanecem como um luxo.

"Menstruar deveria ser normalizado. Tanto faz se é em casa, na rua  ou no presídio",  finaliza Juliana, que já arrecadou mais de 100 mil absorventes nestes três anos do Nós Mulheres, entre eles, calcinhas reutilizáveis em uma doação realizada com a marca Pantys.

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "A moda"

Islana Rosa

Para fortalecer e dar visibilidade ao trabalho de artistas negras, Islana Rosa, fundadora da Islanna, criou em julho do ano passado o Movimento Vozes Negras. 

Com foco na remuneração justa e no desenvolvimento profissional das participantes, o projeto começou com uma coleção-cápsula colaborativa para a marca eco-friendly: após diversas submissões, 12 selecionadas tiveram seus trabalhos artísticos transformados em camisetas, produtos que tiveram 50% do lucro revertido para a ONG Criola e para o Instituto Geledés, ambas focadas no direitos da população negra. 

O objetivo é que futuramente o movimento vire uma fundação para o empoderamento da mulher negra. 

"O empoderamento impulsiona. É por meio dele que conseguimos avançar socialmente, construindo uma outra história". 

Criada em 2019, a marca fashion quer reduzir o impacto da moda no meio ambiente, e faz sua parte priorizando soluções sustentáveis em cada etapa de sua atuação – da seleção da matéria-prima aos parceiros com quem colaboram. "O mercado está saturado e não faria sentido abrir um negócio sem propósito", defende Islana.

Foto de mulher filtro preto e branco com a hashtag "#elastransformam" e em baixo "A saúde"

Débora Tonetti 

Quebrar o tabu acerca da saúde da mulher é a missão de Débora Tonetti, ginecologista e obstetra. "Ter consciência e percepção do nosso corpo são ferramentas importantes para vivermos melhor", compartilha. "Autoconhecimento e informação são armas muito poderosas". 

A médica, além de exercer diariamente a profissão, também atua com força nas redes sociais, compartilhando informações e reflexões que considera importantes para a autoestima feminina em geral.  "Ao contrário do que muita gente pensa, a autoestima é mais profunda e importante do que parece ser. Estar satisfeita consigo mesma nos dá força para seguir adiante, e estimula o nosso autocuidado". 

E é exatamente por isso que Débora começou o seu Instagram: "Ser médica e ter um espaço para dividir um pouco do conhecimento que adquiri ao longo dos anos me traz a sensação de estar contribuindo e ajudando de alguma forma".

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