Conheça os impactos do fast fashion no Planeta!

Já reparou como as tendências de moda surgem cada vez mais rápido? Quase todos os dias é possível ver as vitrines sendo renovadas com peças diferentes. E é bem normal que a gente se depare com essas novidades e sinta aquela vontade de trocar o guarda-roupa inteiro, né? E parece que tudo isso acontece em um ciclo sem fim!

Mas calma, esse comportamento não é fruto das vozes da nossa cabeça. Ele é causado pela fast fashion: um modelo de produção que a indústria da moda adotou pra fazer a gente consumir cada vez mais. O problema é que esse jeito de produzir não é nem um pouco alinhado com a sustentabilidade ambiental nem com a social — aliás, gera diversos impactos negativos nessas duas áreas.

Só que existem formas de combater esse mal e consumir moda de um jeito mais consciente e sustentável. Quer saber como? Então se liga nesse conteúdo que eu preparei: aqui eu vou explicar direitinho tudo sobre a fast fashion e vou apresentar alguns movimentos incríveis pra gente nadar contra essa corrente do consumo desenfreado. Vem comigo!

Índice

• O que é fast fashion?

• Como identificar uma marca de fast fashion?

• Quais os impactos da fast fashion no Planeta?

  • Lixo produzido em grande quantidade

  • Água desperdiçada e poluída

  • Solo poluído e riscos pros trabalhadores

  • Mão-de-obra desvalorizada

• É possível combater a fast fashion?

  • Comece cuidando do que você já tem

  • Use e abuse dos brechós

  • Invista na moda sustentável

O que é fast fashion?

O termo fast fashion se traduz pro português como "moda rápida", o que resume bem como o conceito funciona na prática. A ideia desse sistema é criar peças de vestuário com rapidez e em grande escala, pra suprir a demanda do mercado por tendências que a própria indústria da moda cria diariamente.

Esse modelo surgiu lá na década de 70 e as marcas que seguem ele se popularizaram rápido por um simples motivo: com elas, é possível comprar roupas, calçados e acessórios por um preço mais acessível do que é esperado de peças que acabaram de ser lançadas. Na teoria parece incrível pro consumidor, só que na prática não é bem assim.

O baixo custo pro consumidor só é possível porque as marcas usam materiais de baixa qualidade pra produzir seus itens, reduzindo bastante seu tempo de vida útil. Um bom exemplo são aquelas camisetas básicas vendidas por grandes lojas de departamentos que encolhem já na primeira lavagem.

E a ideia é justamente fazer o produto ser descartável, pois assim você logo compra um novo e dá continuidade àquele comportamento que eu falei logo no começo do nosso papo.

Mas sabe aonde essas peças descartadas vão parar? Infelizmente nos aterros sanitários, como lixo têxtil, poluindo o meio ambiente. E essa é só a ponta do iceberg de danos causados pela fast fashion.

Como identificar uma marca de fast fashion?

As marcas de fast fashion seguem um padrão bem fácil de identificar, não só na maneira que produzem, mas também no espaço onde vendem as peças. Dá só uma olhada:

• Roupas de baixo custo feitas em blend de tecidos, principalmente algodão comum, poliéster e viscose;

• Lançamento imediato de peças que acabaram de virar tendência;

• Itens de baixa qualidade que encolhem, rasgam ou perdem sua cor com pouco uso;

• Grande quantidade de estoque em todas as estações;

• Promoções frequentes, justamente pra "queimar" o estoque que não foi vendido enquanto era tendência;

• Lojas de departamento com seções de diferentes estilos, identificadas como "coleções".

Quais os impactos da fast fashion no Planeta?

Se a gente analisar a rapidez com que os produtos são feitos e descartados pela fast fashion, já dá pra perceber que a insustentabilidade é um dos maiores problemas desse sistema. Até porque nada que produzimos, consumimos e descartamos some do mapa de uma hora pra outra.

Lixo produzido em grande quantidade

Que a fast fashion faz o consumidor ver suas peças como descartáveis a gente já sabe. Mas você sabia que a cada segundo no mundo, o equivalente a um caminhão de lixo cheio de roupas é queimado ou levado pros aterros sanitários? Esses dados preocupantes foram tirados de um estudo feito pelo World Resources Institute [1], referência mundial em sustentabilidade.

Uma boa parte desse lixo têxtil é feita de poliéster, um subproduto do petróleo, ou seja: plástico. Isso significa que além de serem descartadas em uma quantidade gigantesca, as roupas são feitas de materiais que demoram até 200 anos pra se decomporem. Nada bom pra natureza e nem pra nós, porque esse lixo contribui diretamente pro aquecimento global.

Água desperdiçada e poluída

Outro dado alarmante que o estudo do World Resource Institute revelou é a quantidade de água necessária pra produzir uma camiseta de algodão: cerca de 2.700 litros. Isso é maior que a recomendação de ingestão diária por ser humano e muito mais do que a população de países que sofrem com a falta desse recurso conseguem consumir.

Além do desperdício, a água ainda sofre com a poluição causada pelo tingimento das roupas. Isso porque na urgência de produzir peças rapidamente, as marcas de fast fashion recorrem a materiais com custo menor, como corantes e tintas têxteis sintéticos e cheios de componentes tóxicos que vão parar em rios, mares e oceanos de duas formas:

• durante o processo de tingimento: a água com tinta "lava" o tecido com a nova cor e depois é descartada em rios, modificando o pH e prejudicando a vida aquática;

• lavando a peça em casa: a tinta sintética se solta facilmente do tecido durante a lavagem e desce ralo abaixo, levando toxinas nada fáceis de filtrar e nem um pouco potáveis pros reservatórios.

  

Ah, e lembra que eu mencionei como boa parte das roupas de fast fashion são feitas com poliéster? Pega essa: esse tecido solta microplásticos na água sempre que lavamos ele. Existem estudos, como a pesquisa feita pela Fapesp em 2019 [2], que mostram que essas micropartículas já são ingeridas diariamente por humanos e pela vida aquática.

Solo poluído e riscos pros trabalhadores

O algodão usado pra produzir roupas fast fashion não é a versão orgânica da fibra, mas sim a versão cheia de agrotóxicos, pois eles tornam a produção mais rápida e barateiam o produto. Esses componentes se espalham e poluem o solo assim que são irrigados, prejudicando e, muitas vezes, causando danos irreversíveis à fauna e à flora do ambiente.

E o problema dos pesticidas e defensivos agrícolas não para por aí: além de danificarem o meio ambiente, eles são extremamente tóxicos pros trabalhadores que entram em contato diário com eles durante o plantio e colheita. Eles causam desde intoxicações até doenças crônicas e óbito.

Mão-de-obra desvalorizada

As roupas que chegam nas lojas foram feitas por alguém, certo? E você já parou pra pensar se essas pessoas estão sendo bem pagas ou possuem condições justas de trabalho asseguradas? Essas são ótimas questões a se fazer, principalmente quando o produto vem de uma marca fast fashion.

Isso porque se a peça é feita rapidamente, em grande escala e por um custo barato, uma coisa é certa: alguém não está sendo bem pago nesse processo. E não são os donos da marca essas pessoas, viu? São os trabalhadores das fábricas que ficam em países subdesenvolvidos, como Índia e Bangladesh, que chegam a receber até menos que $1 por peça.

E o ambiente de trabalho também pode ser muito insalubre. Isso já foi comprovado em diversos momentos trágicos, como o desabamento da fábrica Rana Plaza. Ela foi mantida em funcionamento mesmo caindo aos pedaços e acabou levando mais de 1000 trabalhadores ao óbito.

Mas calma: hoje em dia é bem fácil conseguir informações sobre as condições de trabalho na indústria têxtil. Movimentos como o Who Made My Clothes, criado pelo Fashion Revolution — referência mundial em políticas socioambientais relacionadas à moda —trabalham com índices de transparência e divulgam os dados das marcas online pra quem quiser acessar!

É possível combater a fast fashion?

A boa notícia é que é possível, sim, combater a fast fashion e todos os danos socioambientais que ela causa. E você não precisa fazer grandes ações pra que essa mudança aconteça: investir em algumas trocas sustentáveis de consumo já tornam sua rotina muito mais consciente. Olha só algumas dicas que eu separei:

Comece cuidando do que você já tem

É tão mais legal quando temos peças de roupas que duram por anos, né? Até porque, como eu mencionei agora pouco, elas não são descartáveis. E dá pra cuidar pra que tudo no seu guarda-roupa seja durável e útil por bastante tempo.

Sabe aquela famosa caixinha de costura? Vale a pena investir em uma pra arrumar rasgos ou pregar botões que possam cair das roupas. Além disso, é sempre interessante ler as etiquetas de instruções de lavagem, pois elas vão indicar qual a melhor forma de limpar sua roupa sem danificar!

Use e abuse dos brechós

Sabe aquela roupa parada há tempos no armário porque não serve mais ou não combina com seu estilo? O brechó pode ser o destino perfeito pra ela! Além de sair no lucro vendendo a peça, você pode encontrar roupas incríveis pra renovar seu guarda-roupa e possibilita que alguém dê uma nova vida pro seu item, estimulando a moda circular.

Invista na moda sustentável

Na hora de comprar um item novo, que tal trocar as marcas de fast fashion pelas que trabalham com moda sustentável? Esse movimento veio pra estimular um consumo mais consciente, evitando a moda rápida e todos os danos socioambientais que ela causa.

Pra isso, as marcas que seguem esse pensamento usam algumas abordagens:

• Slow fashion: incentiva a produção e compra de produtos realmente úteis, artesanais e locais;

• Upcycle: transforma peças que não usamos mais ou tecidos que sobram de fábricas em novos itens, evitando que eles sejam descartados em lixões e aterros;

• Moda ética: movimento ligado ao Fashion Revolution que incentiva a compra de itens feitos por marcas que valorizam de verdade seus trabalhadores;

• Zero-waste fashion: propõe reduzir o número de lixo têxtil, reutilizando retalhos e possíveis desperdícios durante a fabricação dos produtos.

Seja qual for o método, investir na moda sustentável é a chave pra combater a fast fashion e construir uma relação mais saudável com a maneira que você consome e veste.

Curtiu o conteúdo? Conta pra mim aqui nos comentários os pontos que você achou mais interessantes ou se você tem algo a adicionar sobre o assunto. Vamos juntas nadar contra essa corrente e cuidar de todo o Planeta!